domingo, 31 de outubro de 2010

P48 - Convocatória Jantar Convívio de Natal


Amigos & Camaradas

A nossa Tabanca dos Melros conjuntamente com a Tabanca de Matosinhos, promovem um Jantar Convívio de Natal no dia 10-12-2010 - 6ª feira à noite - no Rest do Choupal dos Melros cujo programa com as condições para participar e seus objectivos constam no Cartaz acima.
Participa, vem conviver e solidarizar-te connosco e trás mais um.
Se a Tabanca de Matosinhos conseguir o êxito de ano passado, o que espero e faço votos para que assim aconteça, prevê-se que se atinja 200 ou mais participantes.
Com um abraço amigo
Carlos Silva

domingo, 10 de outubro de 2010

P47 - Os Melros de volta ao Choupal

Depois da "ganda tainada" que foi a festa em Jovim, lá regressamos ao ninho debaixo de um sol bonito para secar as asas. Depois de uma semana violenta de chuva e vento e enquanto na Foz o mar despedaçava a terra, lá estivemos no nosso aconchego, acarinhados pelas Entradas do Gil.
O sol na eira bateu forte e fez estragos. Bem me dizia o Sr. Rolando - a voz da experiência e da consciência - cuidado. Mas a vida é assim mesmo e siga em frente.
Cá estão os rapazes a baterem-se calmamente à roda da redonda mesa.
Preparando o estômago para uma bela Sopa de Nabos à moda de Gondomar.
Finalmente uma fotinha minha para recordação. Entre o Cancela e o David, de Penafiel a Espinho.
Andava já com uma saudade grande de Tripas e o Gil adivinhou. Pena que os feijões eram escassos para tanta carne. Precisamos de rever o prato, camarada Gil.
Momentos de grande concentração


Bem puxei pelo Carlos Costa só para ouvir em decibéis baixos uma melodia à sua moda.
O rapaz da Índia não foi em fitas e mandou-me bugiar
O Santos Silva, entre o Albano e o Carlos, veio dar-nos a conhecer a sua obra
Pedaços de vida, em solo da Guiné.
Um volume em exposição junto às últimas peças ofertadas ao Museu.
É uma obra cheia que o Santos Silva dispõe a preço de custo de produção.
Entre chefes de Tabanca (Carlos Silva e Álvaro Basto) com a cumplicidade do Gil, começou a desenhar-se uma Festa de Natal, em princípio marcada para sexta-feira, 10 de Dezembro. Queremos que seja extensiva a todos os ex-combatentes de todo o Portugal. Ambição desmedida, mas porque não ? Comprometo-me a arranjar alojamentos baratinhos mas de qualidade. Sim, porque ninguém vai pensar em viajar depois de uma grande noite no Gil. Os Chefes Tabanqueiros irão reunir as suas Tabancas. E o programa vai-se desenhar.
Curioso, que acordei com uma ideia parecida, e disse-me o Cancela que o Marques Lopes já a havia aflorada há uns meses. Sempre atrasados os meus sonhos.
Aguardemos, mas vamos colocar a ideia por aí, nessas Tabancas do nosso Portugal. Passem a palavra, Chefes de Tabanca.
Agora um pequeno vídeo (apertado) do quási fim de festa.

Daqui vai uma mensagem de solidariedade ao Nelson de Sousa, com os desejos de rápidas melhores. É pá, um homem de Paranhos não desiste. Vamos à luta e Porto a Campeão
Se não for antes, até 13 de Novembro, camaradas. Cuidado com o S. Martinho.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

P46 - Recordações do Gil Moutinho

A NOSSA MISSÃO
Achei oportuno,dar uma ideia breve e resumida do papel da Força Aérea,na Guiné,nos anos 72/73,na minha óptica de Piloto Miliciano(furriel no meu caso),pois amiúde,me questionam o porquê de termos deixado de voar no período pós-Strellas.
Assim mesmo ,com estas palavras.Claro que contesto veementemente pois está totalmente errada a ideia que têem e explico porquê.
1-Até Março /Abril de 1973,o espaço aéreo da Guiné estava por nossa conta,não havendo grande oposição do IN,salvo em alguns pontos fronteiriços onde tínhamos alguns cuidados para não passar para o lado de lá,pois podíamos ser abonados.Houve alguns casos de atingidos por armas ligeiras sem grandes danos.
Cada tipo de aeronave e respectiva tripulação tinha as missões determinadas em função das suas vocações e especificidades.
O Nordatlas e o Dakota prioritariamente tranportavam tropas e carga em volume elevado,também evacuações em que se justificava o seu uso e sempre só em meia dúzia de pistas no TO.
Os Fiat’s faziam apoios de fogo,a aquartelamentos que fossem abonados,bombardeamentos em zonas pré-determinadas,reconhecimentos visuais complementados por fotografia e só a presença no ar era dissuadora.
Os helicópteros eram fundamentais na guerrilha,principalmente em operações no terreno,com colocação de tropas, a sua recolha,evacuação de feridos,etc e então o heli-canhão era terrivelmente eficaz no apoio às tropas no terreno,sendo temidos pelo IN e benvindos pela NT.
Também partilhavam os tranportes de pessoas,carga geral e evacuados,com os DO’s, principalmente em aquartelamentos sem pista .
Os mesmos DO’s,tinham algumas dezenas de pistas onde aterravam ,todas diferentes e com as suas limitações operacionais, quase todas em terra batida,com inclinações,com curvas,árvores na entrada ou saída,animais,a terminar na fronteira(caso de Buruntuma onde aterrávamos e descolávamos sempre para o mesmo lado não interessando a força e direcção do vento)etc. e onde levávamos cargas diversas,tropas correio(sempre muito apreciado)etc e as evacuações sempre que solicitado,tanto de tropas como civis.
Também fazíamos reconhecimentos visuais e de Posto de Comando Aéreo em apoio de operações em curso no terreno com chefia de graduados do Exercito,armados por vezes com dois ninhos de foguetes de 37mm para apoio imediato às mesmas.
Os T6 ,armados com vários tipos de bombas,de fragmentação,demolição e outras,executavam missões de Bombardeamento em pré preparação de operações,demantelamento de estruturas controladas pelo IN ou em zonas previamente declaradas, por um período de tempo como de intervenção.
Armados com foguetes(72 divididos em dois ninhos de 36,um em cada asa)dávamos apoio a colunas em permanência no ar ou aterrados numa pista próxima e em alerta máximo. Também acompanhávamos navios da Marinha permanecendo no ar até terminar o trajeto.Lembro-me do percurso entre o Geba largo até Xime.
É difícil descrever todas as missões que se executavam no TO,a memória também não está fresca.

2-Depois de Abril de 73 alteraram-se algumas coisas.
A História dos Strellas já foi descrita e dissecada suficientemente.
Quando foi abatido o Ten.Pessoa,sendo o primeiro,não tínhamos noção alguma de que arma seria e muito menos das suas características,o que nos ajudaria nas contramedidas.Nesse mesmo dia,fui um dos primeiros a fazer buscas pois estava em Aldeia Formosa noutra missão(A acompanhar a coluna de Buba para Aldeia)
Tendo sido alvejado com um primeiro míssel,e tendo escapado(ainda não tenho explicação)e o asa da parelha Furr.Carvalho alvejado com mais 2 a 4 mísseis em tiro directo,nunca seria atingido pois os rastos dos mísseis eram bastante visíveis,e isso é que foi importante pois pela primeira vez já se adivinhava que não era uma mera arma convencional,apesar de já ter havido um ou dois episódios anteriores sem consequências e até se atribuíram a outra armas.
A esta distância no tempo, penso, que nesse dia, por precipitação,inesperiência ou azelhice,esgotaram o stock de mísseis existente para os tempos que se seguiram,pois no mesmo dia os ares de Guileje e arredores foram sobrevoados por variadas aeronaves nas buscas do Pessoa,a altitudes de morte certa,e mais nenhuma foi alvejada.

O que foi observado nesse dia foi descrito no respectivo relatório de voo,obrigatório em todas as missões.
Até ao abate do Ten.Cor.Brito,nosso Chefe Operacional,não houve alterações significativas dos procedimentos de voo,não tínhamos informações seguras de que arma e as suas características,para proceder conforme.
Houve a hecatombe do dia 6 abril,na zona de Guidaje,onde foram abatidas três aeronaves,tendo morrido as tripulações e passageiros ,Maj.Mantovani,Furr’s.Baltazar e Ferreira como pilotos.
Nos dias imediatos(2 dias?),com a morte de uma grande percentagem,num pequeno universo de pilotos na Guiné e aeronaves abatidas,sem sabermos com rigor qual a arma,as suas características,que contramedidas adoptar,em choque,e porque não éramos “Kamikase”,paramos para análise da situação e para definição das estratégias a executar.Estavam em questão a nossa segurança, eventuais passageiros e das aeronaves.
A partir destas datas,houve alterações significativas nos procedimentos e parâmetros de voo.
Os bombardeamentos de Fiat e T6 passaram a ser feitos a altitudes superiores às habituais o que lhe retirou alguma precisão.
Houve a recomendação para evitar a altitude de voo entre os ~50 pés(~15 a 20mts) e os ~7500pés(~2500mts), pois eram os parâmetros de eficácia dos Strellas.Os hélis continuaram em altitudes baixas(a rapar) pois não precisavam de alguma altitude para aterrar.Nos DO’s,inicialmente subíamos em espiral à vertical das pistas, até atingir a altitude de segurança,e descíamos à vertical dos destinos.Rápidamente abandonamos esse procedimento,pois com cargas máximas,temperaturas elevadas do ar e dos motores e com uma demora de 30 min. a atingir a altitude,já apareciam alguns problemas técnicos,e começamos a rapar as bolanhas e os rios.
Aqui quando a experiência e conhecimentos do terreno eram verdes poderia haver problemas de navegação e na época seca a visibilidade também era escassa.
Nesta modalidade,as comunicações com a Sala de Operações da BA12(Marte era o indicativo)tornaram-se difíceis e resolveu-se o problema pondo T6´s no ar a altitudes elevadas que faziam ponte às comunicações com as aeronaves que andavam a rapar.
Do início de Abril 73 ao início de Julho não voei,entre 2 meses inoperacional,às custas de um acidente em 2 rodas e 1 mês de férias.Contudo prestei serviço de terra na sala de operações com o control das aeronaves no ar.
De Julho ao fim d’ano,quando terminei a comissão,ainda fiz 161 vôos operacionais em T6 e DO’s o que perfez cerca de 215 horas de voo.
Daqui se conclui que o ritmo operacional se manteve,mesmo com a presença das novas armas no TO,com alterações dos parâmetros de voo e condicionalismos de alguns locais.
De realçar o desempenho de toda a equipa de especialistas,das diversas áreas,que nos colocavam os aviões operacionais com todo o profissionalismo e competência.
Também as enfermeiras paraquedistas que nos acompanhavam,com abnegação e profissionalismo, em inúmeras evacuações merecem o nosso reconhecimento e carinho.
Resumindo, a Força Aérea continuou a voar.
Tentei resumir,muito fica por dizer,outros podem dar a sua achega e corrigir-me,posso falhar nos pormenores e a memória não é eterna.


Gil Moutinho (Furr.Pil Mil. T6’s e DO’s 72/73 Guiné

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

P45 - Artigos

Igreja Matriz de S Cosme e S Damião toda engalanada e iluminada
Uma das ruas engalanadas com motivos da ourivesaria de Gondomar, corações de filigrana

Elementos do Rancho Folclórico de Gondomar - é de salientar os cordões e as filigranas que a nossa conterrânea ostenta

Amigos & Camaradas

Meus caros conterrâneos, Amigos & Camaradas venho daqui lançar um apelo para que a rapaziada escreva para o nosso Blogue, quer contando as suas experiências de guerra, momentos bons e menos bons vividos nos 3 teatros de operações ou outros, pois o Blogue não é só para a Guiné, tal como está referido em título é para os ECU's - Ex-combatentes de Gondomar e eu acrescento e não só, porquanto, é uma realidade, outros camaradas não gondomarenses, também escrevem para o Blogue, quer contando histórias da nossa Terra.

Ninguém fala da grande Romaria da Nª Senhora do Rosário que presentemente estão a decorrer na freguesia de S Cosme e S Damião, padroeiros da Freguesia, que se prolonga até ao dia 10-10-2010.

A nossa Romaria é conhecida pela festa das nozes, regueifa, vinho doce e caldo de nabos, dos rojões e das papas de sarrabulho, bem como, noutras alturas do ano, aparecem o sável e a lampreia, iguarias da nossa Terra.

Vamos lá falar dos tempos em que a Festa apenas se concentrava no Largo do Souto, onde a malta andava nos carrinhos da pista dos automóveis, nos carroceis normal e no oito, nas cestas voadoras para dar pontapés no cu do parceiro da frente ou na namorada, no poço da morte, no girasol, nos matraquilhos, etc

Falar da ourivesaria e marcenaria de Gondomar, dos grandes artistas que tínhamos e temos
Falar da espera dos romeiros da Nª Senhora da Saúde, no araínho do rio Douro em Gramido.
Das vindimas e do fabuloso vinho verde do lavrador de Gondomar.
Não são só contribuidores do Blogue não o Jorge Teixeira [Portojo] e o Carlos Silva
Vamos lá deitar mãos à obra meus amigos
Valorizem a nossa Terra
Com um grande abraço amigo
Carlos Silva