segunda-feira, 12 de novembro de 2012

P85 - Os Melros e S. Martinho

Não era Dia de S. Martinho, a bola foi à trave passou ao lado, mas foi como se fosse golo, isto é valeu o Dia como o de S. Martinho, o soldado-santo que dividiu a capa num dia de frio com um mendigo e por causa disso deu em calor o dia e daí vem mais uma lenda como a do Verão do dito S. Martinho. Perdi o fôlego mas já está.
E o Ninho sempre aconchegado da Tabanca aqui esteve mais uma vez para receber os Melros.

Aconteceu que nem esteve calor nem frio, mas chuva de chuveiros coisa que não atemorizou os Melros, habituados desde Há Manga de Chuvas a intempéries bem piores.
Quem não se lembra de umas passeatas pelas Bolanhas da Guiné em plenas Chuvas, feitos patos bravos, mais encharcados que os ditos mas sem as suas penas. E os Chetas também têm as suas histórias. Mas eles que as contem.
Assim foram chegando em secções, misturados Rangeres com Transmissores e Atiradores, Panzerinos e Condutores, Lateiros e Historiadores, cada qual com a sua fominha.

Manda a Tradição, de entre muitos provérbios, que Pelo S. Martinho mata o teu Porco e prova o teu Vinho. E digo eu, come umas castanhas também.
Ora isto é gente que não mata nem uma mosca, embora as histórias de tantos  guerreiros improvisados sejam imensas.
Vai que não vai e ali estavam os acepipes que o camarada Gil escolheu para o Dia. E mai's'a prova do seu Espadal, de cor rósea linda, ligeiramente picante, borbulhante, aromático, que vai ser um furor na Festa de Natal. Palavra de mestre e mai'nada, prontos.

Um petisco segredado só para mim, depois passei-o para o meu Presidente Bandalho e de boato em boato desapareceram ràpidamente uns pézinhos de coentrada, divinos.
A Mesa Presidencial sem o Presidente, que como outros Presidentes arranjam desculpas de toda a espécie para evitar aglomerados, estava decorada com uns belos ramos de Castanheiro e seus ouriços. O conteúdo deles estavam no forno.
Contràriamente aos habituais discursos que ninguém entende do Presidente, o Vice-Presidente Barbosa puxou dos galões e falou bem.
Agradeceu em nome dos Melros ao Rui Vieira Coelho - mais um Melro que não mata mas cura - , o desenho e a feitura da Bandeira símbolo dos Melros.
Ao fundo, no nosso Museu, lá está ela bem exposta a brilhar.
O Bateira, à esquerda, responsável por trazer até à Tabanca o Periquito Rui.

Mas coisa importante decidiu e bem o Vice-Presidente.
Por votação unânime, olho no olho, sim ou não, foi concordado que o próximo encontro será a 15 de Dezembro, porque mais próximo do Natal. Uma data relembrada amargamente por todos nós que passamos pelo menos duas vezes fora das famílias metropolitanas ou ilhoas. E dos "Adeus até ao meu regresso".

Já quási desfalecíamos por causa da vontade de comer, quando o Paulo, Homem para toda a obra, faz a sua aparição na sala, acalmando os ânimos, com as soberbas Papas de Sarrabulho. Momento empolgante e a delicadeza, profissionalismo e acima de tudo, paciencia deste Senhor para aturar um chato armado em fotógrafo que os Melros não toleram e assobiam por atrasar a distribuição do rancho.

Recolhi às cabines, quer dizer, amesentei-me sossegadinho, porque no meu prato, melhor, nos meus pratos só haviam comidinhas à maneira. Para além das Papas, nos seguimentos apareceram os rojões e um arroz de sarrabulho que Chefe Vatel diria, comme il faut.
É comida Portuguesa com certeza, e muito especial para o Dia de S. Martinho.

Nos antes dos finalmentes, mais uns "bijoux" da nossa culinária doce, espalhadas por várias mesas. Não deu para fotografar tudo porque os Melros não ligam ao colesterol. Mas temos de recomendar ao Mestre e Camarada Gil, menos doces e mais Maçãs assadas em vinho. Uma especialidade de morrer por falta de mais.

Em algumas regiões do nosso Portugal querido e lindo, há os Abafadinhos, a Jeropiga (sim com J e não com G, a não ser que o acordo ortográfico tenha mudado) e mais umas tantas bebidas esquisitas para fingir que acompanham umas coisitas neste Dia de S. Martinho.
Aqui nos Melros há (houve) umas pingotas de macho para acompanhar as simples castanhas criadas no Choupal. Assadas no tal forno a lenha.

Para além do Espadal que o Gil nos ofertou para degustar, o Bateira desencantou umas Aguardentes de fazer subir aos céus.

Não me queria meter nestas coisas para evitar problemas e disse ao Bateira, passas para cá as garrafas, meto-as no Merce do Cibrão, não dizemos nada a ninguém e fica feito. O pior é que todos sabem dos meus prazeres vitivinícolas e quando me vêm numas conversetas particulares logo vêm deitar o ouvido e o olho. Prontos, fui descoberto e acharam maneira de ter que dividir os tesouros do Bateira.
Fiquei muito prejudicado, mas enfim, que se lixe, divida-se o mal pelas aldeias.
Ladeado pelo Carvalho e pelo Bateira, que me deitava uns olhares contristados pela pequenina quantidada da Aguadente 10 stars que colocou ao meu alcançe, depois de dividir pelas tais freguesias. Mas Camarada é assim mesmo a vida, divide sempre e se possível o que não é teu.
As fotos foram ficando fora do contexto, já reclamei ao bloguer que não me entendo com as novidades do site, mas que fazer ? É de borla então vai de qualquer maneira.
O Bandalho Presidente Jorge Teixeira e o Santos Oliveira, o Usurpador do Caxil, em grande. Quantas histórias estes dois têm para contar. É Mafra, é Vendas Novas, é o Gaca 3, é Lamego, é o Como, é a Guiné.
Dois grandes historiadores, cada um ao seu geito. (ou será jeito? ). O Silva de Catió e o Dionísío da 6ª de Comandos. Se errei na companhia, paciencia, me desculpa Dionísio. Já te disse que a minha cabeça está a ficar marada.
A sua história é fascinante. Disse-me depois o Zé Silva "eu não tomei notas, tu tomaste ?" Eu ?, então apresento-te o homem porque eu já não sei de onde sou, só faço fotos para a posteridade e não és capaz de fazer a cobertura da história do Dionísio ?
Claro, sei, o Silva vai escrever a empolgante e extraordinária história do Dionísio. Só não sei se o seu agente, por detrás dele, vai permitir que a coisa seja assim simples. À esquerda, em pé, o Antero, grande homem Avintense que muito tem feito pela memória e não só, dos nossos ex-camaradas daquela região.
Bem que camuflei uma das pomadas do Bateira. Mas a alma doía-me se não perguntasse à malta, mandando-lhes aquele berro que todos conhecem "Calém-se..." não querem mais um golinho...
Infeliz ideia...

Aqui está o Antes do Antes, os Antes, os Durantes e os Após dos finalmentes do Congresso de S. Martinho dos Melros.

Quando parece já não haver mais nada para conversar, 
há sempre uns finalmentes.

Um último olhar de despedida no terreiro do
Choupal dos Melros
sede da
Tabanca dos Melros

Desculpem-me amigos e camaradas, por vezes esqueço que este espaço não é meu e sim nosso. Mas raramente alguém de nós se digna deixar uma mensagem para ser publicada, um abraço à malta, ou um comentário lá em baixo na zona respectiva.
Acho que este será o meu último escrito porque estou a ter vias duplas na minha cabeça.
E não estou a gostar, com toda a sinceridade vos digo, que sejam colocadas no Facebook da Tabanca fotos minhas referentes à malta, sem uma legenda do porquê elas terem sido feitas e a que correspondem. Não é bonito, não estando presente, colocar ditos sem o mínimo do conhecimento.
Sim Carlos, é para ti esta achega. Coloca as tuas fotos, faz o que quizeres. Nas minhas, pelo menos deverias perguntar o que podes fazer com elas. Eu faço-as para a malta, umas ou outras coloco-as aqui e dedico-lhes uma legenda. Porque este espaço é nosso. Mas nunca escreveste nele. Nunca te dirigiste à rapaziada.
Com excepção de um ou outro camarada que achei dever publicar as suas impressões sobre a Tabanca em Post, escrevi aqui e tentei divulgar ao máximo a Tabanca durante mais de 80 capítulos.


Por favor, caros Camaradas. O próximo convívio é no sábado 14 de Dezembro. Peço que confirmem a vossa presença para o Gil
aqui vai o mail e o telefone
224890622
919677859
Um abraço de amizade para todos
Jorge Portojo