domingo, 19 de dezembro de 2010

P52 - Mensagem do David Guimarães


NOITE FELIZ - MANGA DE RONCO

Estes dois termos bem que se podem aplicar à noite da Sexta Feira passada - 10 de Dezembro - a propósito a junção das nossas queridas duas "tabancas" dos Melros e de Matosinhos para celebração de Natal - O NOSSO ENCONTRO SOLIDÁRIO QUE GANHOU MAIS FORÇA ASSIM... Bom é que comecemos a sentir a necessidade do encontro, destas partilhas e abraços e sobretudo nestes dias que enfim - quer queiramos quer não - são especiais... Se o Natal litúrgico faz sentido a celebração do nascimento de um ser que nos veio dizer - para quem acredita que sejamos unidos, que sejamos amigos e nós nada mais fizemos senão cumprir o que o tempo indica ou aconselha - o ser solidário o ser amigo e celebrar... SOBRETUDO É A FESTA CONSAGRADA Á FAMÍLIA e é por aí que eu pegaria no assunto - se por vezes entre irmão temos as nossas questõeszitas mais acaloradas sempre nos juntamos debaixo da mesa na distribuição de prendas aproveitando o repasto... ASSIM FOI NA SEXTA FEIRA - juntamo-nos e só nós os tabanqueiros sabemos porque nos juntamos e o motivo - celebração do NATAL na amizade que nos une através de algo que um dia aconteceu não há dois mil anos, mas há 40 anos contas redondas. Saboreei com prazer e creio que isso aconteceu com cada ex combatente a amizade e fraternidade existente ali entre aqueles que um dia andaram a combater e que agora fazem as honras levando as famílias para que partilhem da nossa alegria de estarmos juntos... E tudo bateu certinho, estivemos todos unidos em volta dos chefes de Tabanca a quem tenho de render homenagem pelo trabalho que têm de estarem naquela tarefa de estarem ali e serem dentro de todos os elementos mais aglutinadores com caracteristicas diferentes mas francos e abertos - mas que têm trabalho que não invejo pelo contrário admiro - Refiro-me Naturalmente ao Álvaro Basto (Matosinhos) e Carlos Silva (Melros). É evidente que eles como que nos representam e bem, mas nós seremos sempre preciso estarmos ao seu lado - Assim foi então na sexta feira - PARABÉNS...
Foi uma NOITE FELIZ com MANGA DE RONCO claro e dicas para futuro e tudo aquilo que afinal assistimos - e a noite foi curta mas foi bem, pois assim para o ano estaremos mais aposto e seremos mais felizes ainda...
Deixo este Manifesto para publicação se fazem o favor num e noutro blogue - protesto de franca alegria por termos estado todos juntos COMO BONS AMIGOS E BONS CAMARADAS...
Um abraço de David Guimarães

NB) Lamento e saúdo com grande afecto aqueles que estiveram connosco em espírito e mandaram mensagem daquilo que já sabíamos (motivos doença) - vamos lá a porem-se finos que são muito precisos cá - e a doença não faz falta absolutamente nenhuma... BEM HAJAM

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

P51 - E foi a Festa de Natal

Com um atraso significativo, aqui vos deixo imagens, algumas do Carlos Silva, do Convívio do passado dia 10, que juntou rapaziada de muitos locais e de muitas Tabancas. O primeiro acto foi o pagamento da inscrição. A Bixa Pirilau esteve perfeita





A sala de chuto, bem guarnecida
As iguarias finais.
O nosso fadista privativo Armando Martins
Uma visita inesperada do Grupo Etnográfico das Lavadeiras de - esqueci o nome -
Boas Festas e até ao ano. Tximtxim











quinta-feira, 25 de novembro de 2010

P50 - Jantar Convívio de Natal

Última listagem em 6-12-2010


Começa a desenhar-se uma agradável moldura de inscritos para o nosso Jantar Anual de Natal.
Este ano com um a nova moldura a exprimir de forma mais acentuada o carácter humanitário que nos une e sobretudo que nos valoriza sob o ponto de vista humano nesta época tão especial que é o Natal.
As duas tabancas reuniram-se num esforço comum para juntar o maior numero de camaradas e seus familiares e desta forma darem expressão e dimensão a um acto que se pretende que vá para lá um pouco mais da mera confraternização de ex-combatentes.
Claro que aqui, como em todo o lado há vozes discordantes, mas que seria do mundo se todos afinássemos pela mesma pauta?
Embora consideremos lamentável que haja quem não entenda a valorização que os compromissos humanitários em prol de uma terra e de um povo por de mais martirizado, nos trás, respeitamos inteiramente quem assim pense e desejamos que nunca em caso algum tenha necessidade de se servir da boa vontade alheia.
Tanto a Tabanca de Matosinhos como a dos Melros estão empenhados em reunir o maior número de combatentes e que no final cada um possa levar para casa a recordação de um momento bem passado ao lados dos seus velhos camaradas e familiares.
À semelhança do que acontecia lá fora, vamos contar com a animação do "ouro da casa" como se diz no cartaz e são já muitos os inscritos a candidatos a artistas.
Não percam pois este grande momento de alegria e simultâneamente de altruísmo em que este jantar se vai transformar.
Texto Blogue Tabanca de Matosinhos
Amigos & Camaradas Gondomarenses daqui apelo a que se associem a este evento de confraternização de camaradagem e de solidariedade.
Estamos a 15 dias do evento e há limitação de lugares.
O meu mail que consta no cartaz está cancelado, passando a ser carsilva.advogado@gmail.com.
Podem telefonar também para o Gil.
Segue Lista de Inscritos
Recebam um abraço cá de longe
Carlos Silva
Clique na Lista para aumentá-la

domingo, 14 de novembro de 2010

P49 - Convívio dos Melros em 13.11.2010

Quási a fazer um ano, será para o mês que vem coincidindo com a Festa de Natal, no dia 10, não esqueçam, a Tabanca dos Melros cumpriu a sua obrigação de juntar a rapaziada em mais uma confraternização.
E tudo começou a desenhar-se a 5 de Outubro do ano passado, com o convite do nosso querido camarada António Carvalho, o régulo de Mapata e Medas, para aquela grande porcalhada de churrasco, que diga-se de passagem, foi uma coisa do outro mundo. Para mim, pelo menos. O Carlos Silva dinamizou e a coisa está imparável. Pena que a malta das outras guerras não apareçam com a assiduidade que gostavamos. Foi com alegria que vimos o regresso do Santos Oliveira (S.O. para os amigos), ainda de bengala e pezinho à banda. Mas a coisa vai. No cantinho acolhedor daquele hall romântico (?), fazendo horas e partindo cavaqueira com o Manel Cibrão e o David Guimarães.
O Gil faz as honras da casa, recebendo a rapaziada que vai chegando.
O Sr. Rolando embora atrazado, ainda chegou a tempo de uns abraços
antes da entrada para a Zona de Operações.
Conversa vai, conversa vem, O Santos Oliveira e o Manel Cibrão recordando o Cachil e Cufar e a hora do rancho a chegar.
O que sobrou do Magusto de Quinta-feira passada
Chegou a hora dos aperitivos.
Os camaradas Penafidelenses
É a hora, como disse o Francisco José ( o Xico Meigo para as catraias dos anos 60)


Difícil da fazer fotos, com tantos sois a brilhar

O Santos Oliveira trouxe o casaco de expedicionário que ofereceu ao Museu.
Como o Carlos Silva não apareceu, entregou-o pessoalmente ao conservador Gil

A próxima missão é no dia 10 de Dezembro, Sexta-feira, à hora do jantar.
Não se esqueçam de fazer as Reservas

domingo, 31 de outubro de 2010

P48 - Convocatória Jantar Convívio de Natal


Amigos & Camaradas

A nossa Tabanca dos Melros conjuntamente com a Tabanca de Matosinhos, promovem um Jantar Convívio de Natal no dia 10-12-2010 - 6ª feira à noite - no Rest do Choupal dos Melros cujo programa com as condições para participar e seus objectivos constam no Cartaz acima.
Participa, vem conviver e solidarizar-te connosco e trás mais um.
Se a Tabanca de Matosinhos conseguir o êxito de ano passado, o que espero e faço votos para que assim aconteça, prevê-se que se atinja 200 ou mais participantes.
Com um abraço amigo
Carlos Silva

domingo, 10 de outubro de 2010

P47 - Os Melros de volta ao Choupal

Depois da "ganda tainada" que foi a festa em Jovim, lá regressamos ao ninho debaixo de um sol bonito para secar as asas. Depois de uma semana violenta de chuva e vento e enquanto na Foz o mar despedaçava a terra, lá estivemos no nosso aconchego, acarinhados pelas Entradas do Gil.
O sol na eira bateu forte e fez estragos. Bem me dizia o Sr. Rolando - a voz da experiência e da consciência - cuidado. Mas a vida é assim mesmo e siga em frente.
Cá estão os rapazes a baterem-se calmamente à roda da redonda mesa.
Preparando o estômago para uma bela Sopa de Nabos à moda de Gondomar.
Finalmente uma fotinha minha para recordação. Entre o Cancela e o David, de Penafiel a Espinho.
Andava já com uma saudade grande de Tripas e o Gil adivinhou. Pena que os feijões eram escassos para tanta carne. Precisamos de rever o prato, camarada Gil.
Momentos de grande concentração


Bem puxei pelo Carlos Costa só para ouvir em decibéis baixos uma melodia à sua moda.
O rapaz da Índia não foi em fitas e mandou-me bugiar
O Santos Silva, entre o Albano e o Carlos, veio dar-nos a conhecer a sua obra
Pedaços de vida, em solo da Guiné.
Um volume em exposição junto às últimas peças ofertadas ao Museu.
É uma obra cheia que o Santos Silva dispõe a preço de custo de produção.
Entre chefes de Tabanca (Carlos Silva e Álvaro Basto) com a cumplicidade do Gil, começou a desenhar-se uma Festa de Natal, em princípio marcada para sexta-feira, 10 de Dezembro. Queremos que seja extensiva a todos os ex-combatentes de todo o Portugal. Ambição desmedida, mas porque não ? Comprometo-me a arranjar alojamentos baratinhos mas de qualidade. Sim, porque ninguém vai pensar em viajar depois de uma grande noite no Gil. Os Chefes Tabanqueiros irão reunir as suas Tabancas. E o programa vai-se desenhar.
Curioso, que acordei com uma ideia parecida, e disse-me o Cancela que o Marques Lopes já a havia aflorada há uns meses. Sempre atrasados os meus sonhos.
Aguardemos, mas vamos colocar a ideia por aí, nessas Tabancas do nosso Portugal. Passem a palavra, Chefes de Tabanca.
Agora um pequeno vídeo (apertado) do quási fim de festa.

Daqui vai uma mensagem de solidariedade ao Nelson de Sousa, com os desejos de rápidas melhores. É pá, um homem de Paranhos não desiste. Vamos à luta e Porto a Campeão
Se não for antes, até 13 de Novembro, camaradas. Cuidado com o S. Martinho.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

P46 - Recordações do Gil Moutinho

A NOSSA MISSÃO
Achei oportuno,dar uma ideia breve e resumida do papel da Força Aérea,na Guiné,nos anos 72/73,na minha óptica de Piloto Miliciano(furriel no meu caso),pois amiúde,me questionam o porquê de termos deixado de voar no período pós-Strellas.
Assim mesmo ,com estas palavras.Claro que contesto veementemente pois está totalmente errada a ideia que têem e explico porquê.
1-Até Março /Abril de 1973,o espaço aéreo da Guiné estava por nossa conta,não havendo grande oposição do IN,salvo em alguns pontos fronteiriços onde tínhamos alguns cuidados para não passar para o lado de lá,pois podíamos ser abonados.Houve alguns casos de atingidos por armas ligeiras sem grandes danos.
Cada tipo de aeronave e respectiva tripulação tinha as missões determinadas em função das suas vocações e especificidades.
O Nordatlas e o Dakota prioritariamente tranportavam tropas e carga em volume elevado,também evacuações em que se justificava o seu uso e sempre só em meia dúzia de pistas no TO.
Os Fiat’s faziam apoios de fogo,a aquartelamentos que fossem abonados,bombardeamentos em zonas pré-determinadas,reconhecimentos visuais complementados por fotografia e só a presença no ar era dissuadora.
Os helicópteros eram fundamentais na guerrilha,principalmente em operações no terreno,com colocação de tropas, a sua recolha,evacuação de feridos,etc e então o heli-canhão era terrivelmente eficaz no apoio às tropas no terreno,sendo temidos pelo IN e benvindos pela NT.
Também partilhavam os tranportes de pessoas,carga geral e evacuados,com os DO’s, principalmente em aquartelamentos sem pista .
Os mesmos DO’s,tinham algumas dezenas de pistas onde aterravam ,todas diferentes e com as suas limitações operacionais, quase todas em terra batida,com inclinações,com curvas,árvores na entrada ou saída,animais,a terminar na fronteira(caso de Buruntuma onde aterrávamos e descolávamos sempre para o mesmo lado não interessando a força e direcção do vento)etc. e onde levávamos cargas diversas,tropas correio(sempre muito apreciado)etc e as evacuações sempre que solicitado,tanto de tropas como civis.
Também fazíamos reconhecimentos visuais e de Posto de Comando Aéreo em apoio de operações em curso no terreno com chefia de graduados do Exercito,armados por vezes com dois ninhos de foguetes de 37mm para apoio imediato às mesmas.
Os T6 ,armados com vários tipos de bombas,de fragmentação,demolição e outras,executavam missões de Bombardeamento em pré preparação de operações,demantelamento de estruturas controladas pelo IN ou em zonas previamente declaradas, por um período de tempo como de intervenção.
Armados com foguetes(72 divididos em dois ninhos de 36,um em cada asa)dávamos apoio a colunas em permanência no ar ou aterrados numa pista próxima e em alerta máximo. Também acompanhávamos navios da Marinha permanecendo no ar até terminar o trajeto.Lembro-me do percurso entre o Geba largo até Xime.
É difícil descrever todas as missões que se executavam no TO,a memória também não está fresca.

2-Depois de Abril de 73 alteraram-se algumas coisas.
A História dos Strellas já foi descrita e dissecada suficientemente.
Quando foi abatido o Ten.Pessoa,sendo o primeiro,não tínhamos noção alguma de que arma seria e muito menos das suas características,o que nos ajudaria nas contramedidas.Nesse mesmo dia,fui um dos primeiros a fazer buscas pois estava em Aldeia Formosa noutra missão(A acompanhar a coluna de Buba para Aldeia)
Tendo sido alvejado com um primeiro míssel,e tendo escapado(ainda não tenho explicação)e o asa da parelha Furr.Carvalho alvejado com mais 2 a 4 mísseis em tiro directo,nunca seria atingido pois os rastos dos mísseis eram bastante visíveis,e isso é que foi importante pois pela primeira vez já se adivinhava que não era uma mera arma convencional,apesar de já ter havido um ou dois episódios anteriores sem consequências e até se atribuíram a outra armas.
A esta distância no tempo, penso, que nesse dia, por precipitação,inesperiência ou azelhice,esgotaram o stock de mísseis existente para os tempos que se seguiram,pois no mesmo dia os ares de Guileje e arredores foram sobrevoados por variadas aeronaves nas buscas do Pessoa,a altitudes de morte certa,e mais nenhuma foi alvejada.

O que foi observado nesse dia foi descrito no respectivo relatório de voo,obrigatório em todas as missões.
Até ao abate do Ten.Cor.Brito,nosso Chefe Operacional,não houve alterações significativas dos procedimentos de voo,não tínhamos informações seguras de que arma e as suas características,para proceder conforme.
Houve a hecatombe do dia 6 abril,na zona de Guidaje,onde foram abatidas três aeronaves,tendo morrido as tripulações e passageiros ,Maj.Mantovani,Furr’s.Baltazar e Ferreira como pilotos.
Nos dias imediatos(2 dias?),com a morte de uma grande percentagem,num pequeno universo de pilotos na Guiné e aeronaves abatidas,sem sabermos com rigor qual a arma,as suas características,que contramedidas adoptar,em choque,e porque não éramos “Kamikase”,paramos para análise da situação e para definição das estratégias a executar.Estavam em questão a nossa segurança, eventuais passageiros e das aeronaves.
A partir destas datas,houve alterações significativas nos procedimentos e parâmetros de voo.
Os bombardeamentos de Fiat e T6 passaram a ser feitos a altitudes superiores às habituais o que lhe retirou alguma precisão.
Houve a recomendação para evitar a altitude de voo entre os ~50 pés(~15 a 20mts) e os ~7500pés(~2500mts), pois eram os parâmetros de eficácia dos Strellas.Os hélis continuaram em altitudes baixas(a rapar) pois não precisavam de alguma altitude para aterrar.Nos DO’s,inicialmente subíamos em espiral à vertical das pistas, até atingir a altitude de segurança,e descíamos à vertical dos destinos.Rápidamente abandonamos esse procedimento,pois com cargas máximas,temperaturas elevadas do ar e dos motores e com uma demora de 30 min. a atingir a altitude,já apareciam alguns problemas técnicos,e começamos a rapar as bolanhas e os rios.
Aqui quando a experiência e conhecimentos do terreno eram verdes poderia haver problemas de navegação e na época seca a visibilidade também era escassa.
Nesta modalidade,as comunicações com a Sala de Operações da BA12(Marte era o indicativo)tornaram-se difíceis e resolveu-se o problema pondo T6´s no ar a altitudes elevadas que faziam ponte às comunicações com as aeronaves que andavam a rapar.
Do início de Abril 73 ao início de Julho não voei,entre 2 meses inoperacional,às custas de um acidente em 2 rodas e 1 mês de férias.Contudo prestei serviço de terra na sala de operações com o control das aeronaves no ar.
De Julho ao fim d’ano,quando terminei a comissão,ainda fiz 161 vôos operacionais em T6 e DO’s o que perfez cerca de 215 horas de voo.
Daqui se conclui que o ritmo operacional se manteve,mesmo com a presença das novas armas no TO,com alterações dos parâmetros de voo e condicionalismos de alguns locais.
De realçar o desempenho de toda a equipa de especialistas,das diversas áreas,que nos colocavam os aviões operacionais com todo o profissionalismo e competência.
Também as enfermeiras paraquedistas que nos acompanhavam,com abnegação e profissionalismo, em inúmeras evacuações merecem o nosso reconhecimento e carinho.
Resumindo, a Força Aérea continuou a voar.
Tentei resumir,muito fica por dizer,outros podem dar a sua achega e corrigir-me,posso falhar nos pormenores e a memória não é eterna.


Gil Moutinho (Furr.Pil Mil. T6’s e DO’s 72/73 Guiné

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

P45 - Artigos

Igreja Matriz de S Cosme e S Damião toda engalanada e iluminada
Uma das ruas engalanadas com motivos da ourivesaria de Gondomar, corações de filigrana

Elementos do Rancho Folclórico de Gondomar - é de salientar os cordões e as filigranas que a nossa conterrânea ostenta

Amigos & Camaradas

Meus caros conterrâneos, Amigos & Camaradas venho daqui lançar um apelo para que a rapaziada escreva para o nosso Blogue, quer contando as suas experiências de guerra, momentos bons e menos bons vividos nos 3 teatros de operações ou outros, pois o Blogue não é só para a Guiné, tal como está referido em título é para os ECU's - Ex-combatentes de Gondomar e eu acrescento e não só, porquanto, é uma realidade, outros camaradas não gondomarenses, também escrevem para o Blogue, quer contando histórias da nossa Terra.

Ninguém fala da grande Romaria da Nª Senhora do Rosário que presentemente estão a decorrer na freguesia de S Cosme e S Damião, padroeiros da Freguesia, que se prolonga até ao dia 10-10-2010.

A nossa Romaria é conhecida pela festa das nozes, regueifa, vinho doce e caldo de nabos, dos rojões e das papas de sarrabulho, bem como, noutras alturas do ano, aparecem o sável e a lampreia, iguarias da nossa Terra.

Vamos lá falar dos tempos em que a Festa apenas se concentrava no Largo do Souto, onde a malta andava nos carrinhos da pista dos automóveis, nos carroceis normal e no oito, nas cestas voadoras para dar pontapés no cu do parceiro da frente ou na namorada, no poço da morte, no girasol, nos matraquilhos, etc

Falar da ourivesaria e marcenaria de Gondomar, dos grandes artistas que tínhamos e temos
Falar da espera dos romeiros da Nª Senhora da Saúde, no araínho do rio Douro em Gramido.
Das vindimas e do fabuloso vinho verde do lavrador de Gondomar.
Não são só contribuidores do Blogue não o Jorge Teixeira [Portojo] e o Carlos Silva
Vamos lá deitar mãos à obra meus amigos
Valorizem a nossa Terra
Com um grande abraço amigo
Carlos Silva

terça-feira, 28 de setembro de 2010

P44 - Breve História da Tabanca dos Melros

Autoria de Carlos Silva

Penso que é tempo de fazer uma breve história da Tabanca dos Melros, explicando como surgiu e quais os seus objectivos a fim de os camaradas compreenderem melhor como se tem desenvolvido e consolidado a nossa camaradagem.

1 – Homenagem aos nossos mortos inscritos no Memorial em Fânzeres
A Tabanca nasceu em 2009 a partir de uma ideia que me atormentava há muito.
Pois todos tinham Tabancas e os gondomarenses não tinham porquê?
Isto porque sentia que neste aspecto os gondomarenses estavam/estão apáticos, embora presentemente estejam menos, como se vem sentindo, na medida em que, estão a aderir bem aos convívios.
Daí eu já ter lançado a ideia ao Albano Silva, que anda sempre atarefado e por isso em certo dia que estive em casa dele falei-lhe no assunto e do Carvalho das Medas.
Como ambos são autarcas, logo estabelecemos contacto e como coincidiu com uma 4ª feira, combinamos falar sobre fazer uma homenagem em Fânzeres aos nossos camaradas mortos no Ultramar.
Encontrámo-nos no “Milho Rei” os dois com o Barbosa e conversa puxa conversa e em dias posteriores pelo telefone e mails, lá se marcou a data 5-10-2009 para a realização do evento com a concentração e deposição de uma coroa de flores no Memorial de Fânzeres, seguindo o convívio na freguesia das Medas com porco no aspecto oferecido pelo nosso camarada Carvalho, que coincidiu com a grande procissão da Romaria da Nª Sª do Rosário em S Cosme, mas deu tempo para assistir a todos os eventos.
Para tal fizemos a respectiva mobilização com a publicação do evento no Site da Câmara Municipal de Gondomar e Juntas de Freguesia, bem como foram colocados cartazes por todo o lado incluindo cafés e através de passa-palavra.

Nesse dia ficou logo estabelecido que as freguesias de Gondomar organizariam no ùltimo fim-de-semana de Setembro de cada ano eventos semelhantes e os nossos camaradas de Jovim, Agostino Reboredo e Albano Silva assumiram de imediato esse compromisso para a realização em 2010 e Valbom seria em 2011, entretanto, posteriormente ficou a freguesia de S Cosme de através do Joaquim Martins realizar o evento e assim está combinado.

2 – Criação da Tabanca dos Melros

Em 31-10-2009, fui almoçar ao Choupal dos Melros com 2 colegas da Esc Ind e Com de Gondomar que não via há 40 anos, sendo um deles um “Melro” assíduo, o António Silva de Valbom.
Nesse almoço, como gostei do espaço, em conversa com o nosso amável amigo /camarada Gil lancei o repto de criarmos uma Tabanca dos Gondomarenses e realizar naquele local maravilhoso os convívios, o que ele aceitou de imediato.
Daí lancei o repto a outros camaradas, incluindo o nosso amigo/camarada Jorge Teixeira e outros que sempre me apoiaram na iniciativa.
Em 5-12-2009 face a toda essa movimentação e efectuados os primeiros contactos, realizámos o 1º convívio e a partir daí até hoje.
Neste excelente convívio, aliás como têm sido todos, consagramos o nome da Tabanca e a periodicidade da realização dos almoços/convívios para o 2º sábado de cada mês excepto em Março e Setembro.
O nosso objectivo foi única e exclusivamente aglutinar/aproximar principalmente os camaradas gondomarenses e claro por arrasto, todos os outros nossos camaradas que queiram conviver connosco.
Não existem outros objectivos.
No entanto, com o andar da carruagem num dos convívios em que esteve presente entre outros o Cor Coutinho e Lima, lançámos a ideia da criação de um Museu do Combatente que está a dar os seus primeiros passos e a colher os seus frutos, tendo nosso amigo/camarada Gil de imediato correspondido ao nosso pedido, disponibilizando para o efeito um espaço.
Assim tem decorrido e espero e lutarei nesse sentido para que assim continue, pois não nos move outros objectivos.
Aliás, estas ideias base foram muito bem esclarecidas e precisas neste último convívio.

Daqui resulta claro que os nossos objectivos/princípios enquadram-se ou são semelhantes em parte aos de outras Tabancas que também prosseguem outros objectivos.
Nós temos o nosso rumo traçado, tal como outras Tabancas e não há concorrência entre as mesmas, como tenho referido muitas vezes em vários fóruns.
Daí cada uma segue o seu caminho e estabelece os seus eventos como bem entender e quando entender, mesmo que aconteça em datas coincidentes com o de outras Tabancas.
Só cabe aos camaradas tomarem as suas opções quanto a estar presente num lado ou noutro.
Nenhuma das Tabancas está subordinada a outra ou ter de conciliar ou marcar eventos para alturas diferentes.
Faço esta breve História da nossa Tabanca para que comece ser mais conhecida e os seus objectivos, apelando à aderência dos meus camaradas conterrâneos, bem como, a todos os nossos outros camaradas e amigos que connosco queiram conviver trazendo a sua alegria.
Apelo também, como tenho feito até aqui, que contribuam com o seu espólio militar e de guerra para o crescimento do nosso Museu.
Com saudações amigas
Carlos Silva

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

P43 - O David Guimarães escreve

TENHO A IMPRESSÃO
Ontem foi dia grande para os lados de Matosinhos e para o lado de Jovim...
Gostei de estar onde estive e gostei de fazer o que fiz - mas fiquei triste por não ter ficado nos dois lados ao mesmo tempo... Dá a sensação nítida que andamos aqui de costas voltadas, o que me parece que não - mas que há coisas que se podem evitar sim - acho que sim, como há elegâncias que se devem ter sim - também acho...
Um dia destes dizia eu a Carlos Silva - querido companheiro "Chefe de Tabanca" - eu sou de todos os lados nestas andanças de guerra - estou em Matosinhos, estou em Monte Real, em Coimbra, em Aveiro, na Nazaré e por aí fora... quer dizer sou camarada de todos os camaradas da Guiné especialmente porque foi lá o meu destino militar... Moro em Espinho por acaso já vivi noutros sítiios e a minha terra Natal afinal é a Madalena em Vila Nova de Gaia - só isso.
O que se podia evitar era isto: organizarem-se eventos na mesma data - se eu soubesse e tivesse dito em Gondomar que lá iria - claro que iria e diria a outros quando me falaram e resolveram 25 de Setembro para o sarau de angariação de fundos - que me marcassem outra data, porque tinha um compromisso... Aqui fiquei comprometido com o grupo de fados onde toco e que agendamos para ali a nossa tocata... Como membro do grupo o Martins fez o favor de á última trocar um convívio pelo outro - não que ele quisesse mas porque havia um compromisso que ele honrou...
Também dou nota do seguinte... Organizado em Gondomar ou em lagoa - os amigos comunicam-se com antecedência publicam-se nos mail's e convidam-se os amigos - pois não podemos andar de costas voltadas repito senão seria uma chatice e não valia a pena andarmos aqui a celebrar nada - senão a amizade...
Sei que tem sido posto em causa as angariações para sementes ou poços etc etc... A posição mais correta é quem não concorda não dá quem concorda dá... E A VIDA SEGUE...
Também se começa a colocar em expoente isto - a Tabanca tal tema mania disto e a tal daquilo.... Ninguém tem manias, pode haver pontos de vista que com as nossas idades fáceis são de debater...
Começamos a interrogar-nos do seguinte - porque se faz isto e aquilo e as pessoas faltam? O dinheirito está caro isso é verdade.... mas comer a 15 Euros é complicado para quem vende...
UMA NOTA 10 - Creio que ontem apesar de tudo aprendeu-se uma lição - afinal nós os cambatentes não somos só aqueles comilões de quartas feiras., sabemos também tocar, cantar, fazer versos e declamar - quer dizer fazer um espectáculo... somos ex-combatentes mas também somos artistas, somos escritores somos poetas e somos benfeitores...
Vamos lá a entendermo-nos e perceberem se é ou não relevante... vamos falar mais uns com os outros dar noticias do que fazemos para jamais suceder dois eventos quase no mesmo sitio e á mesma hora - porque num e noutro lado fizeram falta aqueles que num e noutro lado estavam...
Se me entenderem chamar um nome feio - falem baixinho que não mereço - Sou David, Tabanqueiro, Melro também baladeiro mas sobretudo sou vosso amigo - e aqui também como amigo quero a minha nota 10 porque sei que todos o são de mim também - só por isso ainda é bom viver...
QUERO DEIXAR DE FICAR COM ESTA IMPRESSÃO - vamos a isto....
Um abraço e que pena afinal tive não ter estado em Jovim - mas ninguém pode estar em dois lados ao mesmo tempo....
Um abraço, David Guimarães

domingo, 26 de setembro de 2010

P42 - Os Melros foram a Jovim - 1ª Parte

Depois de Medas, coube à Junta de Freguesia de Jovim a organização do segundo encontro dos ex-Combatentes de Gondomar.


A concentração foi como habitualmente junto ao Soldado em Fânzeres e para além da malta de Gondomar, foi notada a presença agradável de ex-camaradas de outras regiões, bem como da Liga dos Combatentes e da Câmara Municipal.



Momentos da concentração e do discurso do Carlos Silva, um dos grandes dinamizadores destes encontros.



Momento singelo, mas marcante da homenagem prestada aos Mortos em Combate.

O memorial com o nome de todos os Gondomarenses mortos no Ultramar.

Romamos a Jovim, pois os vivos, e já não somos muitos, precisam de cuidar de si, já que ninguém quer saber deles.

Junto ao Salão Paroquial nova concentração, antes da entrada para a Sala de Degustação.

O emblema bonito do Grupo que abrilhantou a nossa reunião.

Momentos de alegre convívio.

Medas presente


O Albano dando as boas-vindas em nome da Junta de Jovim.

Uma saúde a todos.





Caberá ao Carlos Silva transcrever a parte dos discursos, as ofertas e informações que a Câmara e a Liga nos propõem.

O Pároco de Jovim - o mais novinho do grupo - acamaradando com a rapaziada.

A Casa esteve bem composta

O Grupo de Cantares de Santa Cruz de Jovim esteve em grande, com um repertório completo.

O resto da Festa, que foi longa, foi preenchida com a "Prata da Casa" - Claudomiro e Armando


Fados, Ramaldeiras e boa disposição prolongando-se pela tarde fora

O Agostinho e o Carvalho, Presidentes das Juntas de Jovim e de Medas, ambos de parabéns. Um começou, outro continuou. Vamos ver qual a Freguesia que se segue na fila.
Dia 9 de Outubro retornam os Melros - Ecus - à Tabanca do Choupal.
Até lá, um abraço de camaradagem.