segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

P16 - Foi uma reunião em grande no dia 13

Dia frio, mas de sol glorioso, fazendo antever, apesar do dia ser 13, uma "casa" cheia. Antes do meio dia já andavam por ali camaradas, deambulando pela Quinta do Choupal.Mas no largo da entrada é que se estava bem, não só para apanhar um pouco de sol, como também para rever os velhos camaradas que vinham chegando.
Às voltas pela Quinta, dá para imaginar como vai ser quando chegarem os dias mais quentes. Mas enquanto não chegam, lá dentro é que se está bem.
Uma olhadela às mesas até para abrir o apetite, embora fossem necessários para completar o quadro, uns enxertados do pós-almoço. Pois a comezaina começou com umas deliciosas entradas de presunto, lombo, isquinhas, morcela grelhada, bola de carne e já não me lembro de que mais. Uma excelente sopa de feijão vermelho, para aquecer e o prato forte foi bochecha de vitela, que se comia com colher à moda dos Açores, com o seu acompanhamento de grelos e batata palha. As sobremesas, para além da fruta, tinha o indispensável leite creme bem queimado e bolos de várias qualidades. Tinto e Branco, muito. Café para finalizar, acompanhado por uns digestivos, gentileza do Gil, que se passou dos carretos.
Nestas fotos do Manuel de Carmelita, pode-se ver que o pessoal já esqueceu a lição base de que tudo ao molho e fé em Deus pode ser perigoso. Mas não foi o caso.
Com a calma necessária, própria dos grandes eventos, o pessoal lá se juntava para conversar ou acabar uma travessa.
Aspectos da sala, bem preenchida. Devido ao crescimento da Tabanca, esta já é a terceira que utilizamos.
Mais pormenores e o Chefe da Tabanca bem feliz. De registar o aparecimento do simbólico soldado do Ultramar, pois claro, mais um da família Martins. E como filho de peixe sabe nadar, ao rapaz só lhe falta mesmo a inscrição nas fileiras.
Estava na hora do Fado. Quim Martins à guitarra e David Guimarães à viola, cujos instrumentos foram sendo substituídos, conforme fossem para acompanhar o José Castro, no Fado de Coimbra, ou os Martins, pai e filho, no Fado tradicional. De reconhecer a gentileza do Zé Castro e do Joaquim Martins ( filho, filho do Armando) que aceitaram o nosso convite, para nos deleitarem com a sua voz. O camarada da Tabanca do Centro, o Joaquim Mexia Alves, não foi esquecido e o seu fado Montemor de Praça Cheia, com dedicatória ao autor, foi cantado com emoção e valentia pelo Martins, o Joaquim. Grande ovação e parabéns ao Mexia.
Uma estória curiosa tem o Dionísio Cunha, o segundo a contar da esquerda. Lá nos idos de 67 do século passado, quando integrava a 3ª de Comandos, encontrando-se em Bissau, resolveu no seu oitavo mês de comissão, apanhar o primeiro barco e vir até à Metrópole cumprimentar a família. Claro que foi um desenfianço de todo o tamanho, que ninguém deu fé. Apanhado cá, lá teve de regressar pelo mesmo mar para lá, onde apanhou dois anos mais de comissão. Ofereceu-se voluntário para a cadeia, mas parece que não foi aceite. Ainda hei-de saber esta estória melhor.
O coronel Coutinho também apareceu e ofereceu o seu livro sobre a retirada de Guileje, ao futuro museu da Tabanca dos Melros, os ECUS. Fiel depositário, o Gil, pois claro, que nos dispensa uma sala para o efeito.
Este tema será tratado pelo Chefe da Tabanca, o Carlos Silva.
O nosso nóvel companheiro de armas, em descanso, espera que a família não se esqueça dele. Tão novinho e já tá como há-de ir.

Lamentamos que camaradas de outras guerras não tenham comparecido. Esta Tabanca é de todos os ECUS - Ex-Combatentes do Ultramar.
A Tabanca de Matosinhos esteve em força mais uma vez, demonstrando que a camaradagem e a amizade são o mais importante de tudo.
O régulo de Mampatá e Medas, a pretexto da reforma agrária, lá se vai desenfiando. Só que não é para a reforma agrária não, mas sim para Vila do Conde. Para que os regulados não o chateiem ao fim de semana. Pelo menos é o que se consta na caserna.
A próxima reunião será a 6 de Março, mas por motivo especial. Será a Homenagem aos Mortos da Guerra do Ultramar de Gondomar. Pena que se realize no mesmo dia da confraternização anual do pessoal de Matosinhos.
O Carlos Silva falará - escreverá - sobre o tema.
Até à próxima.
Um abraço para todos os ECUS

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