domingo, 25 de setembro de 2011

P65 - 3.º Convívio anual dos ex-combatentes de Gondomar

Depois de Medas e Jovim, coube ao núcleo de S. Cosme a organização do 3.º Convívio. Algumas faltas importantes, como a de Carvalho, régulo de Mapatá e Medas (se soubesses as bocas que há por aí...) bem como a do régulo maior Valentim, que nunca tem tempo para se juntar aos camaradas. Será vergonha, camarada dos maltrapilhos? Deixa-te disso, pois já estamos velhos para essas coisas. E ser régulo tem as suas obrigações... Mas adiante.
Um àparte, para a senhora Presidente da Junta de Fânzeres. Não haverá trabalhadores de jardins, antigamente ditos cantoneiros, para mandar curtar as ervas e limpar o local onde está a Estátua do Soldado do Ultramar? É que de mato já chegou há mais de 40 anos. E já agora, por favor, mande reparar o mural com o nome dos nossos ex-camaradas que em África morreram, cujos azulejos estão a cair. Eu que não tenho nada com isto e nem sou de cá, agradeço. E de certeza que todos os camaradas Gondomarenses também.
Adiante.

Conviver e recordar terras de África é o lema destes convívios mas também deixar herança para que aquele período da nossa História não se esqueça.

Carlos Silva, sempre empolgante nestas coisas de preservar a nossa vida comum durante quási 14 anos, está na linha da frente, sem desprimor para as várias comissões que muito têm feito para que o Soldado do Ultramar não seja esquecido.

Guardamos um minuto de silêncio em memória dos que por lá ficaram. Mas lembrando também os muitos que regressaram e já se foram, cujos mesmos caminhos trilhamos.

Coube ao Neca Quelhas em representação de S. Cosme, a deposição das flores no memorial.

Uma representação da Câmara de Gondomar presente, ouviu o que tinha de ser e as pretensões e ideias dos ex-soldados do Ultramar Gondomarenses.
A Luta Continua. No bom sentido, claro. Pronto, tocou a dispersar e lá fomos até ao outro convívio.

Pois então, no centro de S. Cosme, o Quartel dos Bombeiros Voluntários de Gondomar, gentilmente cedido pela corporação para a reunião dos Comes e Bebes que se seguiram, e não só, já cheirava a coisas boas.

O Pira de Mansoa, o M.R. logo foi ver a origem do cheiro. Mas quem mais sabe de fogos controlados? Estes bombeirais a darem-nos música da boa...

A bicha pirilau logo se formou para a contribuição, mesmo que o Bichinho Tó ali estivesse a exalar um cheirinho do bom

Mas para "aperitivar" primeiro teriam de ser papadas as famosas Tripas à Moda do Porto, que sem desprimor das que já comi, estavam excelentes. Faltava talvez um pouquinho de sal. Mas acho que fui o único que reclamei da falta do remédio para as tensões. Portanto, a maioria, que deve ter sido de 99,999999% é que tem razão.

Nunca nos lembramos nestas coisas das comidinhas simples, da bianda. Não é que ao fim de tantos anos ainda há pessoal que nem a pode ver?

Mas a bicha, salvo seja, não reclamava. Só que nem todos poderiam ser o primeiro. Calma pessoal.

Mas logo o Tó começou a ser partilhado. Que pelo sinal que me deram, estava à maneira.

E os grupinhos lá se misturavam. Com tinto, branco, muito...

Veteranos dos Veteranos, dos primeiros tempos de África.

O Carlos já não sabe se está ou se vai. Parece o Conde...

Tudo nas calmas, recordando coisas antigas ou só apenas colocando a conversa em dia.

As bichas formavam-se e dispersavam-se logo que o casqueiro levava uma febra bem tostadinha.
Eu preferi a costela, lá pelo meio da tarde, quando o bicho ficou em pleno.

Hum, aqui a conversa terá sido outra, ou o sisudo do Armando não estaria nessa...

Mas havia peças para sortear. Cada inscrição, um bilhetinho. O Logan saiu à Casa, logo repartido de tal maneira, que já não fui a tempo de provar. Em contra-partida, saíu-me o broche, até fiquei a pensar que a coisa foi feita para ser assim... Para além de uma caneca das Caldas na Tabanca de Matosinhos, nunca tive sorte ao jogo...

Preparando a entrada em palco, Carlos Costa, o pangaio da Índia e o Martins velho.

Nestas coisas, aparece sempre uma saudade. Aconteceu encontrar-se como por casualidade, um mapa da Guiné, pelos vistos actual. E quem mais procurava visualizar a sua terra. Piche, Teixeira Pinto, Bolama, Tite, Bissau, Ingoré, Guileje e claro Catió.
   
Momento da extracção dos prémios. O Broche foi logo o primeiro. Nem deu para fotografar o início.

E então vieram os fados. Melhor, a Serenata, com a Prata da Casa. Fado sério e a brincar com o Armando Martins.

A assistência em verdadeiro silêncio. Quer dizer, uma parte, pois havia muita a tomar ar na parada do quartel.

O Fado humorístico com o João da Costa. Imagino-o em Angola a divertir a rapaziada.

O Carlos Costa, já sem a saudade do campo de concentração na Índia, que não lhe retirou um dó à sua voz de tenor. Fado de Coimbra e os clássicos italianos cantados por si, são de fazer arrepiar a pele. O instrumental a cargo do David e do Quim Martins. Delícia para os ouvidos.

Como é bom conviver.


E o bicho Tó dura e dura e dura. Às 6 da tarde é que a costela estava no ponto máximo. E aquela loirinha no máximo de gelada foi o fim. Quer dizer, fim mesmo foi o café e meio J.B. E era só atravessar a rua... Mais conversa, mais histórias...
A máquina já não tinha carregador. Por isso não há mais agora. Mas vão haver uns vídeos que fiz à surrelfa. Mas só da actuação dos nossos queridos camaradas músicos e camtores. Não estejam a pensar coisas foleiras.
Logo saírá a notícia.
Assim como vai sair a informação sobre a exposição fotográfica, recordando os nossos velhos tempos. Canseira do camarada Vilela.
Até logo...E não esqueçam que no dia 8 de Outubro temos o convívio mensal na Tabanca dos Melros, na casa do Gil, o Choupal.

2 comentários:

  1. Jorge,
    Fica aqui o meu agradecimento pelas fotos e pelos teus ousados mas pertinentes comentários.
    Sinceramente gostei.
    Abraço,
    Neca.

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  2. Olá Jorge,
    Belas fotos, melhor história. Este teu apelo à edilidade para manterem o monumento em condições é relevante. Mas o que é mesmo confrangedor é ter que se pedir por uma coisa tão simples.
    No fim, raios fiquei de gargalhada a olhar para os ossos. É sempre assim para quem não aparece.
    Obrigado por me mandares este email.
    Haja saúde,
    José Câmara

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